Se alguns jovens têm preguiça de ir pra escola, o inverso está acontecendo com a terceira idade. Em busca de correr atrás do tempo perdido, de um novo sentido para a vida, autoconfiança, novas amizades e, principalmente, conhecimento, é grande o número de pessoas acima dos 60 anos que estão de volta à sala de aula, seja para se alfabetizar ou cursar o Ensino Superior.
O cantor, compositor e escritor Martilho da Vila é uma referência em determinação. Com quase 80 anos, ele está cursando Relações Internacionais, a sua primeira graduação. A decisão de voltar para a sala de aula veio depois da sua nomeação como “Embaixador de Boa-Vontade” da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP). O artista conseguiu uma autorização para fazer as aulas sem a pressão de provas e busca por diploma, mas precisa ter as responsabilidades dos demais alunos, como cumprir a presença e entregar todos os trabalhos.
Nas chamadas “faculdade da maturidade”, não há vestibular, provas ou boletim, mas há muita vontade de aprender. Neste caso não há diploma e cada instituição segue um modelo de trabalho. Em algumas o curso é anual, já em outros a grade é semestral. Há aquelas que cobram mensalidades e outras onde as atividades são gratuitas.
Um exemplo de sucesso é a Universidade Aberta À Terceira Idade (UATI), iniciativa gratuita da Universidade de São Paulo (USP). Há 25 anos, além dos cursos de graduação para pessoas acima de 60 anos, a UATI disponibiliza atividades complementares, como cursos, palestras, excursões, práticas esportivas e didático-culturais.