Mobilidade na terceira idade

O Brasil tem uma das mais avançadas leis de mobilidade social, pelo menos no papel. Em vigor há seis anos, a Lei nº 12.587/2012 tem como objetivos melhorar a acessibilidade e a mobilidade das pessoas e cargas nos municípios, além de integrar os diferentes modos de transporte. No caso do planejamento urbano, devem ser beneficiadas por essa lei, principalmente, as pessoas com deficiência e aquelas acima dos 60 anos, cuja mobilidade pode ser comprometida devido à fragilidade muscular e óssea e redução das capacidades visuais, auditivas e de equilíbrio.
As construções realizadas antes de 2012, entretanto, continuam trazendo riscos para os mais debilitados. Por isso, é importante nos mantermos atentos aos fatores de risco, para evitar acidentes cotidianos que podem provocar graves lesões. Confira algumas atitudes simples, mas que podem fazer muita diferença quando o assunto é segurança e independência!
Na rua
- Dê preferência a estabelecimentos comerciais que sejam adaptados para receber pessoas com mobilidade reduzida, além de um atendimento prioritário e especializado para a terceira idade.
- Evite estar fora de casa ao anoitecer e em dias de chuva, cuja visibilidade fica mais prejudicada.
- Quando puder, opte por utilizar os serviços particulares de transporte (como táxi, Uber, 99 Pop, etc.) para cumprir com seus compromissos com mais conforto e segurança.
- Utilizar algum dispositivo de localização, por onde os familiares possam monitorá-lo em tempo real e receber alertas automáticos em caso de acidentes.
Em casa
- Tapetes de tecido sobre pisos encerados podem ser escorregadios.
- Evite qualquer objeto no chão que crie obstáculos para a passagem.
- Sofás e poltronas com braços firmes servem de apoio ao levantar-se.
- Os ambientes devem ser bem iluminados, para fácil identificação dos obstáculos.
- No banheiro: evite box de vidro, disponha de tapetes antiderrapantes e de barras de apoio (tanto no box, quanto ao lado do vaso sanitário).
- Em todos os cômodos: ter armários e utensílios que possam ser alcançados sem precisar se curvar ou subir em banquetas e escadas.
- Viver em uma casa de nível térreo, em que não seja necessário subir e descer escadas.
- A altura da cama deve estar entre 45 e 50 cm do chão, para que não haja dificuldades ao se deitar ou levantar.
Como o esporte auxilia
A falta de atividades físicas é prejudicial em qualquer idade, mas com os idosos pode ser ainda pior, causando problemas como: diabetes tipo 2, depressão, debilidades, doenças cardiovasculares e perda da flexibilidade e da qualidade óssea, responsáveis por quedas e fraturas.
De acordo com estatística do Governo Federal, 30% dos idosos do Brasil necessitam de cuidados de terceiros e a falta de atividades físicas é uma das responsáveis por isso. Conheça alguns benefícios da prática de exercícios físicos moderados na terceira idade:
- Manter o peso ideal.
- Fortalecer a musculatura.
- Regular as funções cardíacas e respiratórias.
- Dar equilíbrio ao corpo.
- Melhorar o fluxo sanguíneo.
- Reduzir o colesterol ruim.
Fragilidade óssea
O risco de quedas e, consequentemente, de fraturas, é um dos principais problemas enfrentados com a chegada da terceira idade. O que muitas pessoas não sabem é que o que pensamos ser um acidente doméstico pode ser sintoma da osteoporose, que consiste na perda acelerada de massa óssea, deixando os ossos mais frágeis. Dentre os prejuízos causados por essa doença, estão a inabilidade física, a diminuição da qualidade de vida e, em casos mais graves, até a morte.
A osteoporose não tem cura – mas tem tratamento – e os seus sinais podem ser silenciosos, por isso é importante fazer consultas e exames periódicos. A boa notícia é que ela pode ser prevenida com as seguintes ações:
- Realizar atividades de baixo impacto, como caminhar e dançar.
- Manter uma alimentação saudável e balanceada.
- Tomar sol.
- Evitar o tabagismo e o excesso de álcool.
Como será no futuro
Com o aumento da expectativa de vida, cresce também o número de idosos no planeta e, consequentemente, a demanda por estruturas adaptadas para esse público. Entretanto, o que nós temos no momento, dentre outros problemas, são acessos precários, calçadas esburacadas, ônibus inseguros, falta de iluminação e, principalmente, falta de respeito com a população mais vivida.
Para o futuro, talvez, Veranópolis, munícipio do Rio Grande do Sul, seja um exemplo a ser seguido. Nomeado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como “a terra da longevidade” e “cidade amiga do idoso”, o local oferece uma série de ações voltadas para o bem-estar da população, principalmente dos idosos. Dentre elas:
- Calçadas preparadas para facilitar a circulação.
- Áreas de convivência que facilitam as interações sociais.
- Áreas verdes, com árvores bem localizadas, para não atrapalhar os pedestres.
- Travessias bem sinalizadas.
- Rampas niveladas com as vias de travessia.
- Em várias vias, basta colocar os pés na rua que os carros param, permitindo a travessia do pedestre.
- Bancos espalhados pela cidade para sentar e descansar.
- Câmeras de monitoramento e iluminação que garantem segurança e boa visibilidade.
- Conselho Municipal do Idoso para ouvir as principais reivindicações de melhoria e feedback do que já foi feito.