Os aparelhos auditivos de hoje são modernos, discretos, com design inovadores e tecnologias cada vez mais impressionantes. Mas a sua história é muito longa e seu início passa longe da tecnologia de ponta que conhecemos atualmente.
Essa história remonta ao ano de 1800, quando se valendo exclusivamente da acústica, criou-se os primeiros dispositivos para a ampliação da capacidade auditiva ou a recuperação de alguma perda na audição. O primeiro desses dispositivos foi a trombeta de ouvido, que era uma espécie de concha com uma extremidade maior para captação do som e outra menor para recepção. Essa concha era colocada no ouvido quando era preciso uma melhor acuidade auditiva e, além de funcionar como um amplificador, também direcionava o som.
Ainda usando apenas a acústica, as aurículas surgiram nos anos 1920. O seu princípio básico é o mesmo de quando colocamos as mãos na orelha para ouvir melhor e das próprias trombetas de ouvido. No entanto, a única vantagem que elas trouxeram foi o seu tamanho. As aurículas eram pequenas e fixavam-se atrás das orelhas através de uma tiara, podendo serem usadas uni ou bilateralmente. No entanto, embora a aparência lembre os aparelhos retro auriculares, a potência delas não era muito maior à conseguida pela mão.
Contudo, ainda nos anos 1920, a invenção do microfone de carbono permitiu o surgimento dos primeiros aparelhos auditivos elétricos, mas sua eficácia era limitada à pacientes com perdas na audição de leves à moderadas.
De lá para cá a tecnologia dos aparelhos auditivos avançou incrivelmente, sempre no sentido de reduzi-lo, torna-lo mais discreto, mais potente, melhorar a qualidade do som e aumentar a vida útil de suas fontes de energia. Neste sentido foram criados os aparelhos de tubo à vácuo, os híbridos, os transistores e os retro auriculares, estes últimos os primeiros usados atrás do ouvido.
Os aparelhos retro auriculares dominaram o mercado à partir dos anos 1980. No entanto, com o grande desenvolvimento tecnológico mundial percebido nas duas últimas décadas, os aparelhos retro auriculares foram ultrapassados. Era a vez dos aparelhos analógicos, criados ainda no final dos anos 1970. Esses aparelhos foram os primeiros a terem parâmetros para ambientações diferentes. A evolução para o digital não demorou muito, aumentando a qualidade no mesmo passo em se que reduzia o tamanho.
Hoje, já existem aparelhos, por exemplo, com a tecnologia brain hearing, cuja ideia base é o fato de a audição ser processada fundamentalmente no cérebro. Esse tipo de aparelho não funciona mais como meros amplificadores sonoros: eles são capazes de filtrar os sons ambiente e focar apenas no que realmente interessa ao usuário, se aproximando muito da audição normal. Além disso, os aparelhos mais modernos se conectam com outros dispositivos, tais como televisores e aparelhos de telefone, fixos e móveis.
Fonte: http://www.museudoaparelhoauditivo.com.br/