Hoje, 7 de abril, é o Dia Mundial da Saúde, data que deve ser ainda mais comemorada em meio à pandemia que vivemos.
O principal objetivo desta data é conscientizar as pessoas sobre a importância da preservação da saúde para ter uma melhor qualidade de vida. Vale ressaltar que, de acordo com a Organização Mundial de Saúde, “a saúde é um estado de completo bem-estar físico, mental e social e não apenas a ausência de doença ou enfermidade”.
Saiba, então, como a saúde auditiva está relacionada e pode afetar a saúde de todo o corpo e também da mente!
PERDA AUDITIVA PODE LEVAR À DEPRESSÃO
Se você ver um amigo ou familiar, já na terceira idade, triste, calado e afastado das demais pessoas, fique atento! Esses são sinais de problemas auditivos e, o pior, podem levar à depressão. Isso acontece porque, por não conseguir ouvir ou entender as palavras, os idosos costumam se afastar de atividades que envolvam a conversa e interação em grupo, a fim de evitar constrangimento.
A situação torna-se ainda mais alarmante quando analisamos os dados da Organização Mundial da Saúde (OMS):
- Um terço das pessoas com mais de 65 anos têm dificuldades para ouvir.
- Acima dos 75 anos, quase metade dos idosos apresentam esse problema.
O PAPEL DA FAMÍLIA
A família tem papel fundamental na identificação dos sinais de perda auditiva e na busca por ajuda profissional. Vale lembrar que, quanto antes o problema for identificado e tratado, mais rápido o idoso terá de volta a sua qualidade de vida. Outras orientações:
- Não é gritando que o idoso vai escutar melhor. Isso só piora a situação e faz com que ele escute menos e se sinta mais incomodado.
- O ideal é falar pausadamente, de uma maneira que seja mais fácil de compreender por leitura labial.
E, para não ficar refém de que o problema apareça, o ideal é que as pessoas com mais de 60 anos passem pelo teste audiométrico uma vez por ano.
SOCIALIZAR É UM SANTO REMÉDIO
De acordo com um estudo da Universidade do Texas em Austin, nos Estados Unidos, ter um círculo social variado e ativo pode fazer diferença na longevidade e na qualidade de idosos. Além do tratamento para os problemas auditivos, isso também diminui o risco de depressão, por exemplo. Durante a pesquisa, os cientistas descobriram que aqueles que passavam mais tempo interagindo com grupos diversos de pessoas eram mais propensos a serem fisicamente ativos e tinham maior bem-estar emocional.
Os pesquisadores também comprovaram que é difícil convencer os mais vividos a irem à academia ou se dedicarem a treinar regularmente. Entretanto, se estiverem dispostas a encontrar amigos e participar de eventos, elas podem aumentar a atividade física, mesmo sem se exercitar. Dentre os benefícios disso estão o aumento do humor positivo e a diminuição dos sentimentos negativos.
Então, “bora” sair de casa!
TRATAR SOMENTE O OUVIDO NÃO BASTA
Muitos médicos já perceberam que levar em consideração somente a doença do corpo não é o melhor caminho para uma cura eficiente. Mais que isso, é preciso entender os sentimentos e os conflitos do paciente, principalmente os que costumam aflorar após o diagnóstico de surdez ou deficiência auditiva e que dificultam a melhora física. Essa é a chamada Medicina Integrativa. O que os profissionais dessa área costumam dizer é que, uma vez que nos tornamos espiritualmente sadios, o corpo obedece a esse equilíbrio e também se harmoniza.
Outros tratamentos alternativos utilizados são os que pertencem à Medicina Tradicional Chinesa, como a acupuntura, a homeopatia e o reiki. Mas, além do que a Medicina oferece, está a forma como os deficientes auditivos são tratados. Para entendê-los, se comunicar com eles e, principalmente, respeitá-los, nada melhor do que munir-se de informações sobre o assunto. Então, lá vai!
SURDO OU DEFICIENTE AUDITIVO?
Do ponto de vista clínico, o que difere surdez de deficiência auditiva é a profundidade da perda auditiva. As pessoas que têm perda profunda e não escutam nada são surdas. Já as que sofreram uma perda leve ou moderada e têm parte da audição são consideradas deficientes auditivas.
Porém, levar em conta só a perspectiva clínica não é suficiente, já que a diferença na nomenclatura também tem um componente cultural importante: a Língua Brasileira de Sinais (Libras).
A Libras é o primeiro idioma da comunidade surda no país. E é aí que entra o aspecto cultural na diferenciação entre surdos e deficientes auditivos: o fator preponderante para a escolha de um ou outro termo é a participação na comunidade surda. As pessoas que fazem parte da comunidade se identificam como surdas, enquanto as que não pertencem a ela são chamadas de deficientes auditivas.
E como os surdos dependem da língua de sinais para se comunicar, é essencial que haja acessibilidade em Libras em todos os lugares, desde as escolas até a internet – o que não faz tanta diferença assim para quem é deficiente auditivo.
COMO LIDAR COM DEFICIENTES AUDITIVOS
É comum que as pessoas sem deficiência fiquem confusas quando lidam com pessoas com deficiência auditiva. Isso é normal e ninguém deve se sentir mal por isso. A melhor forma de resolver o problema é buscar informação e descobrir como se portar nessa situação. Confira algumas dicas para entender esse universo e se comunicar com um deficiente auditivo!
- Não tenha medo de se comunicar.
- Utilize alguma forma diferente para chamar a pessoa e iniciar uma conversa: abane a mão ou dê um leve toque no ombro.
- Fale devagar e de frente para a pessoa para que ela possa fazer a leitura labial sem dificuldade.
- A iluminação é um dos principais fatores do qual depende a leitura labial.
- O volume da voz vai depender do grau de perda auditiva da pessoa. Inicie falando em tom normal e perceba se ela tem dificuldade ou pergunte se o tom está adequado.
- Não adianta gritar se a pessoa tem perda severa ou total.
- Fale devagar, sempre. Mas com naturalidade.
- Não é preciso articular demais as palavras ou separar todas as sílabas.
- Não fale mastigando.
- Seja expressivo: as pessoas surdas ou com alguma perda auditiva têm dificuldade ou não conseguem perceber as mudanças sutis no tom de voz, que são utilizadas para expressar raiva, alegria, tristeza, frustração, sarcasmo etc.
- Mantenha o contato visual durante toda a conversa.
- Não relacione a deficiência com o intelecto.
- Nem toda pessoa surda também é muda.
- Nem todas as pessoas com deficiência auditiva falam a Língua Brasileira de Sinais.
- Os surdos não casam apenas entre si.
- Não hesite em perguntar novamente e expressar que não entendeu.
- Não é preciso fingir que a pessoa não tem uma deficiência, e sim aprender a se comunicar de uma forma que ela entenda e se sinta entendida.
DOENÇAS QUE PODEM LEVAR À PERDA AUDITIVA
Muitas pessoas não sabem, mas, algumas doenças são fatores de risco para a perda auditiva. Isso significa que, além de cuidar do ouvido e proteger a audição, prevenir e tratar corretamente esses problemas pode impedir a perda auditiva e a surdez. Saiba que doenças são essas!
- Rubéola: é a principal causa de deficiência auditiva em bebês durante o pré-natal. Geralmente, ela é transmitida pelo ar e é repassada para o feto por meio da placenta. Por isso, toda gestante deve ser vacinada contra a rubéola. Nesse caso, mais de 50% dos bebês nascem com deficiência auditiva.
- Toxoplasmose: outra doença capaz de ser transmitida para o feto por meio da placenta. Nesse caso, ela pode causar sérias complicações ao bebê, principalmente nos três primeiros meses de gestação. A perda auditiva está entre essas consequências — além de problemas neurológicos e de visão.
- Sarampo: a doença é mais comum no inverno e extremamente contagiosa. Por isso, é importante tomar a vacina como forma de prevenção.
- Sífilis: o principal sintoma é uma pequena ferida que não dói, não coça e não arde. Também pode ser transmitida para o feto logo no início da gestação, causando perda auditiva no bebê, dentre outras possíveis complicações.
- Herpes: é uma das doenças sexualmente transmissíveis mais comuns. No caso das gestantes, a transmissão do vírus para o bebê pode acontecer no momento do parto normal e causar sérias complicações, como a perda auditiva.
- Diabetes: a perda de audição é duas vezes mais comum em pessoas com diabetes. A explicação pode estar nos altos níveis de açúcar no sangue, que danificam os vasos sanguíneos da região dos ouvidos e causam surdez.
- Pressão alta: além de ser uma doença silenciosa e extremamente perigosa, já que pode causar, por exemplo, AVC e insuficiência cardíaca, a ciência já comprovou que ela também é capaz de agir como fator de aceleração da degeneração do aparelho auditivo.
- Meningite: é caracterizada pela inflamação das membranas que cobrem o cérebro e outros órgãos do Sistema Nervoso Central. Sua causa pode ser bacteriana, viral ou fúngica. Uma das complicações mais frequentes é a deficiência auditiva em ambos os ouvidos, principalmente em crianças.
- Caxumba: doença viral que atinge as glândulas salivares, provocando um inchaço no local.
- Síndrome de Usher: a doença, de origem genética, é considerada a principal causa da surdez combinada com a cegueira. Nesse caso, a perda da audição acontece de forma gradual e é resultado de uma mutação genética que afeta as células nervosas da cóclea, que fica no ouvido interno.
- Tireoide: é uma glândula que produz hormônios que regulam o metabolismo do corpo. Qualquer distúrbio ligado a ela pode afetar profundamente as funções essenciais do corpo, como o nível de energia, a frequência cardíaca e a audição. Alguns tratamentos para as doenças da tireoide também pode causar perda auditiva.
- Saúde cardíaca: o ouvido interno é extremamente sensível ao fluxo sanguíneo. Logo, um fluxo sanguíneo inadequado e trauma dos vasos sanguíneos do ouvido podem contribuir para a perda de audição.
- Obesidade: maior Índice de Massa Corporal (IMC) e maior circunferência da cintura são associados a um risco maior de perda de audição em mulheres.
- Osteoporose: um estudo sugeriu que a desmineralização de três ossos do ouvido médio pode contribuir para a deficiência auditiva.
- Doença de Ménière: é caracterizada pelo aumento de pressão do líquido existente no labirinto do ouvido interno (chamado de endolinfa). O quadro é mais comum em pessoas entre os 20 e os 50 anos e, na grande maioria dos casos, afeta apenas um ouvido.
Aproveite o Dia Mundial da Saúde e marque um check-up, inclusive com um otorrinolaringologista, especialista em identificar e tratar problemas auditivos!
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