Muitas vezes as causas de perda auditiva estão associadas à morte das células ciliadas dos ouvidos, responsáveis pela audição. Isso pode ocorrer por causa da exposição frequente a ambientes barulhentos ou também em razão do envelhecimento. O que muitas pessoas não sabem é que a perda auditiva pode contribuir para o desenvolvimento de vários outros problemas. Conheça alguns deles!
- Paladar: o paladar e a audição são dois sentidos completamente interligados. Qualquer alteração no funcionamento de um influencia no funcionamento do outro, interferindo no sabor dos alimentos ingeridos.
- Redução do cérebro: com a idade, nosso cérebro torna-se menor. No entanto esse atrofiamento parece ficar acelerado nas pessoas adultas com perda auditiva não tratada.
- Redução do desempenho no trabalho: uma grande pesquisa feita entre trabalhadores dinamarqueses com problemas auditivos mostrou que a perda auditiva no ambiente de trabalho pode levar a problemas físicos e psicológicos quando o aparelho auditivo não é usado. Os trabalhadores com problemas de audição que não usam seus aparelhos auditivos no ambiente de trabalho apresentam-se muito cansados mentalmente e fisicamente no final do expediente, comparado com aqueles que usam aparelho auditivo.
- Enfraquecimento da saúde física e mental: os adultos que não tratam de seus problemas auditivos estão mais propensos a se hospitalizarem e sofrerem de isolamento social, períodos de ociosidade e depressão, conforme os resultados da pesquisa realizada pelo instituto de pesquisa nos Estados Unidos Johns Hopkins.
EFEITOS DA PERDA AUDITIVA NA TERCEIRA IDADE
- Personalidade: afeta o comportamento dos idosos, que se tornam menos extrovertidos.
- Longevidade: os homens idosos que têm problemas auditivos correm um grande risco de morrer de causas cardiovasculares num prazo de cinco anos comparado com os homens sem problemas auditivos, segundo um estudo islandês. O uso de aparelho auditivo pode reduzir significantemente esse risco de mortalidade.
- Baixa Autoestima e irritabilidade.
- Depressão e isolamento social.
- Enfraquecimento da saúde física e até mental.
- Baixa produtividade nas atividades do dia a dia.
- Redução na percepção da fala em várias situações e ambientes acústicos. Piora em ambientes ruidosos.
- O idoso ouve o que a pessoa está falando, mas não entende.
- Alterações psicológicas, como depressão, embaraço, frustração, raiva e medo, causados por incapacidade pessoal de comunicar-se com os outros.
- Incapacidade auditiva em igreja, teatro, cinema, rádio e TV.
- Intolerância (irritação) a sons de moderada a alta intensidade (principalmente os agudos). Se a pessoa fala baixo, o idoso não ouve; se ela grita, o incomoda.
- Problemas de alerta e defesa, como a incapacidade para ouvir pessoas e veículos aproximando-se, panelas “fervendo”, alarmes, telefone, campainha da porta, anúncios de emergências em rádio e TV.
EFEITOS DA PERDA AUDITIVA DE ACORDO COM O GRAU DO PROBLEMA
Os problemas de audição variam muito de pessoa para pessoa, desde a perda auditiva relativamente leve até a surdez profunda. Além disso, os tipos de perda auditiva podem variar, também, de acordo com a faixa etária. Veja alguns possíveis efeitos da perda auditiva na comunicação:
- Perda mínima (16-25 dB): perda de aproximadamente 10% da compreensão da fala, principalmente quando há ruído de fundo (ex: sala de aula barulhenta).
- Perda leve (26-40 dB): sem um aparelho auditivo, entre 25% e 50% da compreensão de conversas e discussões pode ser afetada.
- Perda moderada (41-55 dB): sem um aparelho auditivo, entre 50% e 100% da compreensão da fala pode ser perdida. A fala é compreendida dentro de certas condições, como conversar face a face, em conversas estruturadas com vocabulário controlado.
- Perda moderada a severa (56-70 dB): sem um aparelho auditivo, a fala precisa ser produzida em volume muito alto para ser compreendida. O indivíduo pode perder até 100% da comunicação falada.
- Perda severa (71-90 dB): sem um aparelho auditivo, somente vozes bem próximas e em alto volume podem ser compreendidas.
- Surdez profunda (>90 dB): vibrações são percebidas em lugar de sons. A visão passa a ser mais importante do que da audição na comunicação e na aprendizagem.
- Perda unilateral (em apenas um ouvido): sons leves ou distantes são menos percebidos, com dificuldade na localização de sons e na compreensão da fala em ambientes ruidosos.
IMPACTOS DA PERDA AUDITIVA
Comunicação:
- Conversas são menores.
- Menor uso do telefone.
- Problemas de comunicação com a família, amigos e colegas de trabalho.
- Pedir a outros que se repitam com frequência ou manter a conversa sem entendê-la.
Social:
- Evitam grupos e estranhos.
- Diminuem a eficiência no trabalho.
- Silêncio e isolamento.
Emocional:
- Raiva, frustração.
- Falta de concentração.
- Depressão.
- Embaraço.
- Ansiedade.
- Incerteza.
- Incompetência.
- Distanciamento de relações pessoais.
COMO SABER SE TENHO PERDA AUDITIVA?
- Quando a pessoa passa a não entender direito o que é falado ao telefone ou em locais mais barulhentos.
- Quando ela passa a achar que o tom de voz normal é um sussurro.
- Se ela tem necessidade de aumentar muito o som da TV ou do rádio para conseguir entender as coisas que estão sendo apresentadas.Se ela não entende o que as pessoas dizem e, por vergonha, acaba dando respostas erradas às perguntas
- Quando ela pede com frequência para que as pessoas repitam o que disseram
E SE EU NÃO TRATAR A PERDA AUDITIVA?
Não tratar o problema auditivo pode trazer sérios danos à saúde, relacionados ao estado emocional, mental e até comprometendo a integridade física do paciente. Dentre esses problemas estão:
- Demência: aumenta o risco em 50% quando comparado a pessoas com audição normal.
- Depressão: aumenta o risco em 40% quando comparado a pessoas com audição normal.
- Quedas: em dez anos, os casos não tratados de perda auditiva foram responsáveis por 3,57% dos casos de pessoas que se machucaram gravemente em quedas. Isso acontece porque o ouvido está diretamente relacionado ao equilíbrio.
- Problemas cardiovasculares: o isolamento social e o estresse resultantes da perda auditiva contribuem para o quadro.
- Hospitalizações mais frequentes e mais longas, internações reincidentes e mais idas à emergência do hospital.
- O cérebro é sobrecarregado quando é forçado a usar muito da sua capacidade para processar o som.
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