PERDA AUDITIVA NO AMBIENTE DE TRABALHO

A profissão “professor de Educação Infantil” parece ser inofensiva para a saúde, não é mesmo? Mas, a verdade, é que esses profissionais correm alto risco de danos auditivos. De acordo com um estudo desenvolvido pela Academy at University of Gothenburg, na Suécia, sete em cada dez professores da Educação Infantil já têm dificuldades de audição.
Isso acontece em razão do elevado barulho com que convivem diariamente. São eles:
- Gritos.
- Choros.
- Carteiras arrastando.
- Campainhas estridentes.
- Agitação das crianças.
- Brincadeiras.
- Correrias.
- Muitas conversas em alto volume e ao mesmo tempo.
CONSEQUÊNCIAS
Toda essa overdose sonora leva os professores à fadiga auditiva. Dependendo do tempo de exposição ao barulho, as células auditivas podem até morrer, causando um dano permanente. Dentre os principais sintomas da fadiga auditiva estão:
- Sensação de pressão no ouvido.
- Zumbido.
- Estresse.
- Irritabilidade.
- Cansaço emocional.
- Dificuldade para compreender o que os outros falam.
- Sensibilidade a ruídos intensos.
TRATAMENTO
Quanto antes for descoberta a perda auditiva, mais eficaz será o tratamento. Além disso, mais rápido o paciente vai levar uma vida normal e ativa, profissionalmente e em sociedade.
O problema é que muitos professores não procuram ajuda médica nos primeiros sinais de dificuldade auditiva, principalmente por medo do desemprego. Vale lembrar que a falta de tratamento pode piorar a perda de audição com o passar do tempo, levando até mesmo a um quadro de surdez severa.
DICAS
Tanto professores quanto alunos dependem da audição para melhor desempenho em sala de aula. Então, confira algumas dicas que contribuem para a saúde auditiva:
Para os professores
- Faça o exame de audiometria pelo menos uma vez por ano. Aproveite para avaliar, também, a qualidade da voz por meio da laringoscopia, exame que avalia as pregas vocais.
- Quando possível, reivindique a redução do número de alunos por sala de aula para amenizar a exposição ao barulho.
- Não há como “vencer” dezenas de crianças falando alto ou gritando com elas.
- Busque o controle da sala de forma que todos diminuam a intensidade da voz.
Para a gestão escolar
- O isolamento acústico das salas pode amenizar os efeitos de ruídos intensos.
- As cortinas também ajudam a abafar os ruídos.
- Tome algumas medidas pedagógicas para evitar barulhos intensos, como cadeiras se arrastando dentro das salas de aula.
- Invista em dispositivos que abafam ruídos, inclusive em móveis.
PERDA AUDITIVA É UM RISCO OCUPACIONAL
A perda da audição por exposição ao ruído pode ser considerada um dos mais frequentes riscos ocupacionais, principalmente para os trabalhadores que lidam com máquinas de grande porte ou com equipamentos industriais.
Outros locais de trabalho que podem colocar em risco a saúde auditiva dos funcionários são os aeroportos, devido às turbinas dos aviões, boates e instituições de entretenimento com músicas com volume muito alto.
Para evitar esse problema É necessário que todo colaborador exposto a ruído faça uso do protetor auditivo, conhecido como Equipamento de Proteção Individual (EPI).
EXAME PERIÓDICO
Segundo a Norma Regulamentadora nº 07 (NR-07), os trabalhadores expostos a ruídos acima de 85 decibéis (dB) precisam realizar exame de audiometria logo no início da admissão, seis meses depois de sua contratação e, depois, anualmente.
OUTRAS PROFISSÕES EXPOSTAS AO RUÍDO
*Lembrando que o dano auditivo pode ser causado pela exposição excessiva a ruídos acima de 85 decibéis.
- Tripulação de Voo – 130 decibéis.
- Músicos e profissionais de áudio – 125 decibéis.
- Profissionais do trânsito – 120 decibéis.
- Motorista de ambulância – 120 decibéis.
- Engenheiro – 115 decibéis.
- Dentista – 115 decibéis.
- Enfermeiro – 113 decibéis.
- Trabalhador de construção – 110 decibéis.
- Mineiro – 108 decibéis.
- Motorista de Caminhão – 95 decibéis.