OS SURDOS COMO MERCADO CONSUMIDOR

Brasileiros com deficiência auditiva movimentam R$ 576,6 bilhões por ano, mesmo com as barreiras e os preconceitos que enfrentam todos os dias. A informação faz parte do ‘Raio X da surdez no Brasil’, pesquisa organizada pelo Instituto Locomotiva e divulgada neste ano.

O problema é que o mercado não tem respondido à altura. Dentre as principais reclamações dos surdos estão as dificuldades para compreender as informações faladas nas propagandas, sendo fundamental que o processo de comunicação seja diferenciado para tornar-se mais acessível e permitir a decisão de compra. Para se ter uma ideia, esse público considera que as propagandas em televisão não são acessíveis, pela falta de legenda, informações em Língua Brasileira de Sinais (Libras) e informações visuais.

Nas compras presenciais, o surdo também está se tornando cada vez mais independente. Mas o mercado ainda sente falta de um acompanhante para quem o atendente possa perguntar o que o surdo deseja.

DICAS PARA OS ATENDENTES

Na luta pela conscientização e pela sensibilização do mercado a essa nova realidade, saiba como atender melhor as pessoas com deficiência auditiva!

• Invista na contratação de empregados que dominem a Libras.
• Acolham os surdos e não os seus possíveis acompanhantes.
• Não os ignore e também não se sinta desconfortável por desconhecer a língua de sinais.
• Não queira se livrar rapidamente do incômodo provocado por atender alguém com quem você não consegue se comunicar.

ACESSIBILIDADE COMUNICATIVA PARA OS SURDOS

Já existem ferramentas tecnológicas quem podem ajudar os comerciantes a superar a barreira da comunicação com o surdo. Uma delas é a plataforma SignumWeb, que funciona como um intérprete virtual.

Com um simples click no computador, tablet ou smartphone, o intérprete entrará intermediando a conversação, de forma que a comunicação flua naturalmente. Só é preciso de uma webcam e de boa qualidade de internet.

CURIOSIDADE: QUANTOS SURDOS HÁ NO MUNDO?

• De acordo com a Agência Brasil, há seis anos havia cerca de 360 milhões de surdos no mundo. E esse número pode chegar a 900 milhões até 2050.
• Segundo dados de 2010 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), são 10 milhões de pessoas surdas no nosso país. Isso equivale a 5% da população brasileira. Desses, 2,7 milhões são surdos profundos, ou seja, não escutam nada.
• Em Belo Horizonte, os surdos representam 4,5% da população. Algo em torno de 112 mil pessoas com alguma deficiência auditiva na cidade.