Os fones de ouvido se tornaram moda, ou melhor quase que uma necessidade do mundo moderno. No trabalho, na rua, na academia, fazendo exercícios ao ar livre, estamos sempre usando os fones. Para ouvir música, jogar, ou simplesmente para falar ao telefone, os fones de ouvidos já são parte do nosso dia-a-dia e seu uso é praticamente inevitável.
No entanto, não é segredo que os fones de ouvido podem acarretar em sérios problemas auditivos. Quaisquer ruídos muito altos, agradáveis ou não, “mata” as células receptoras do som. A perda dessas células é irreversível e, evidentemente, perdendo-se grande parte delas a audição fica comprometida, podendo até levar à surdez em alguns casos.
Estudos mostram que o uso contínuo e sem moderação dos fones de ouvido vão reduzir a faixa etária com que as pessoas necessitem de aparelhos auditivos. A tendência é que a necessidade do uso desses aparelhos surja a partir dos 50 anos, quando, em geral, nas gerações anteriores essa idade era entre 60 e 70. Além disso, segundo a OMS, o uso dos fones de ouvido por mais de uma hora e meia diária aumenta o risco da pessoa desenvolver zumbidos ou perda auditivas em cinco anos, sendo que as chances aumentam em 70% para aquelas que usam os fones no volume máximo.
O uso indiscriminado dos fones tem se tornado um problema tão grave que jovens entre 16 e 17 anos já estão sendo diagnosticados com perda auditiva por conta da superexposição à ruídos.
É óbvio, porém, que na realidade atual é impossível abandonar o uso dos fones de ouvido, mas há como tornar esse uso mais racional e saudável:
É essencial que ao usar o fone de ouvido o volume seja sempre moderado. O ideal é usar no máximo metade do volume do aparelho. Uma dica importante é que ao usar o fone você precisa também ouvir os sons externos. Se isso não acontecer, quer dizer que você exagerou no volume.
Não fique muito tempo usando os fones continuamente. A recomendação é que a cada hora de fone, você descanse ao menos 10 minutos.
Os fones externos são muito menos invasivos, portanto, quanto mais longe o ouvido estiver da fonte de som melhor. Mesmo porque as estruturas externas do ouvido, aquelas voltinhas que temos, têm como função manter “distância” do som.
É natural aumentar o volume na hora em que a música favorita começa a tocar. Mas é importante voltar ao volume mais baixo assim que ela acabar, para você não se acostumar com os sons mais altos.
Não é só no volume que o fone pode danificar a audição. É preciso ter um saco plástico, estojo, ou algo do tipo para guardar o fone e evitar seu contato direto com a bolsa ou outros ambientes, além de limpá-los como álcool sempre que possível. Isso porque o fone pode levar ao ouvido várias bactérias que também podem causar surdez.
De modo geral, nós só percebemos nossa própria perda auditiva quando já estamos com uma perda moderada ou leve. Fique atento aos sinais, os primeiros zumbidos podem significar problemas auditivos. Procure, nesses casos, um especialista e faça uma audiometria anual.
Isso porque o limite seguro para nossos ouvidos são 90 decibéis, o equivalente a uma moto de baixa cilindrada. Para se ter uma ideia, na Europa dispositivos como MP3 e celulares, por lei, não podem ultrapassar os 100 decibéis.
O problema é que em ambientes muito ruidosos, que geralmente já ultrapassam os limites de segurança, tendemos a aumentar ainda mais o volume dos dispositivos para escutarmos mais claramente os sons do fone de ouvido e isso pode ser muito prejudicial.