Dados da Organização Mundial de Saúde apontam que os problemas de audição já atingem mais de 360 milhões de indivíduos. Estima-se, ainda, que 25% da população trabalhadora exposta a ruídos, em todo o mundo, seja afetada pela perda auditiva em algum grau.
Conheça alguns dos profissionais prejudicados com os elevados decibéis dos ruídos do dia a dia:
• Trabalhadores da construção civil.
• Pilotos e tripulantes de aviões.
• Motoristas.
• Dentistas.
• Cabeleireiros.
• Engenheiros.
• Músicos e produtores musicais.
De acordo com Marcella Vidal, fonoaudióloga da Telex Soluções Auditivas, todo trabalhador exposto a altos níveis de ruído em seu local de trabalho deve usar equipamentos de proteção individuais (EPI) adequados, como os protetores auriculares, que podem ser personalizados, de acordo com as medidas do ouvido de cada um. “O uso simples desses acessórios já diminui bastante o risco de perda auditiva”, ressalta Marcella. Além disso, é fundamental fazer avaliações auditivas periódicas como precaução, ou buscar tratamento imediato assim que se percebe que já não escutamos bem.
BARULHO NO DIA A DIA
O excesso de barulho não está somente em alguns ambientes de trabalho. O dano auditivo também pode ocorrer das seguintes formas:
• Ao participarmos de shows e micaretas, principalmente se ficarmos próximo às caixas de som.
• Ao exagerarmos no volume do áudio ao usar fones de ouvido diariamente.
• Em consequência à alta intensidade de ruído durante o disparo de um tiro – para os amantes de clubes de tiro.
• Ao colocarmos a TV em alto volume dentro de casa.
• No estampido dos fogos de artifício.
Além dos fatores de risco já mencionados, a população ainda convive diariamente com:
• Buzinas.
• Carros de som.
• Barulho de obras.
• Eletrodomésticos ruidosos – como aspirador de pó, secador de cabelo e liquidificador.
• Pessoas conversando em tom alto.
• Gritaria de crianças.
• Latido de cachorro.
• Telefones.
• Equipamentos eletrônicos.
BARULHO NAS ESCOLAS
O excesso de ruído nas escolas também pode causar diversos prejuízos à saúde, como estresse, falta de concentração e até uma progressiva perda auditiva, que às vezes pode ser sentida apenas na idade adulta (no caso das crianças).
De acordo com a Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), o limite de barulho dentro da sala de aula é de 40 a 50 decibéis. Porém, no dia a dia, o ruído chega a atingir 80 decibéis, principalmente em salas com mais de 25 estudantes. Além disso, o ruído no pátio, na hora do recreio, pode chegar a alarmantes 100 decibéis. Vale ressaltar que o limite suportável para o ouvido humano é de 65 decibéis.
O QUE APONTAM AS PESQUISAS
Pesquisa realizada pela Unicamp com cerca de 700 estudantes, de 6 a 14 anos, de escolas municipais, estaduais e particulares de Campinas (SP), apontou que mais de 70% deles estavam insatisfeitos com o nível de ruído em sala de aula. Além disso, para 99,2% dessas crianças e adolescentes, as maiores fontes de barulho na escola são os próprios colegas.
O Centro de Estudos do Distúrbio da Audição, de São Paulo, também fez um levantamento junto aos alunos do 5º ano e observou que, quando expostos a ruídos, eles leem mais rápido, dão menos ênfase à entonação e desrespeitam as regras de pontuação.
Outra pesquisa desenvolvida pela Wakefield Research for EPIC Hearing Healthcare revelou que 15% dos professores americanos têm perda auditiva. Entre os demais profissionais, esse número não ultrapassou 12%. O estudo mostrou ainda que o problema afeta principalmente os docentes mais jovens.