De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (Inca), o Brasil deve ter 119.400 novos casos de câncer de mama entre 2018 e 2019. Ou seja, a cada 100 mil mulheres, 56 devem ser acometidas pela doença nesse período. Com dados tão alarmantes, nunca é demais investir em iniciativas que fomentem o diagnóstico precoce do câncer de mama e o Outubro Rosa é uma delas, se não a mais importante. Conheça um pouco mais sobre a história desse movimento!
- Na última década do século 20, o laço cor de rosa foi lançado pela Fundação Susan G. Komen for the Cure (dos Estados Unidos da América) como símbolo da luta contra o câncer de mama.
- Em 1990, o laço cor de rosa foi distribuído aos participantes da primeira Corrida pela Cura, realizada em Nova York e, desde, então, promovida anualmente na cidade.
- O nome do movimento Outubro Rosa remete, então, à cor do laço rosa que simboliza, mundialmente, a luta contra o câncer de mama.
- Esse movimento começou nos Estados Unidos, onde vários Estados tinham ações isoladas referentes ao câncer de mama e/ou mamografia no mês de outubro. Posteriormente, o mês de outubro se tornou o mês nacional (americano) de prevenção ao câncer de mama.
- O nome Outubro Rosa foi usado, pela primeira vez, em 1997, quando entidades das cidades de Yuba e Lodi (EUA) começaram efetivamente a comemorar e fomentar ações voltadas à prevenção do câncer de mama.
- Para sensibilizar a população, inicialmente as cidades se enfeitavam com os laços rosa, principalmente nos locais públicos. Depois surgiram outras ações como corridas, desfile de modas e partidas de boliche com sobreviventes do câncer de mama.
- A ação de iluminar de rosa monumentos, prédios públicos, pontes e teatros, por exemplo, surgiu posteriormente.
Outubro Rosa no Brasil
- 2 de outubro de 2002: foi realizada a primeira iniciativa em relação ao Outubro Rosa no Brasil. Na ocasião, o Mausoléu do Soldado Constitucionalista (mais conhecido como o Obelisco do Ibirapuera), situado em São Paulo-SP, foi iluminado de rosa.
- Maio de 2008: em preparação para o Outubro Rosa, o Instituto Neo Mama de Prevenção e Combate ao Câncer de Mama, sediado em Santos-SP, iluminou de rosa a Fortaleza da Barra em homenagem ao Dia das Mães e pelo Dia Estadual (São Paulo) de Prevenção ao Câncer de Mama, comemorado todo terceiro domingo do mês de maio.
- Outubro de 2008: pela primeira vez, o Cristo Redentor (RJ) ficou iluminado de rosa. Diversas entidades relacionadas ao câncer de mama também iluminaram monumentos e prédios em suas respectivas cidades.
O que é o câncer de mama
Todo câncer se caracteriza por um crescimento rápido e desordenado de células, que adquirem a capacidade de se multiplicar. Essas células tendem a ser muito agressivas e incontroláveis, determinando a formação de tumores que podem espalhar-se para outras regiões do corpo. Quando malignos, esses tumores são chamados de cânceres. O câncer de mama, como o próprio nome diz, afeta as mamas.
O câncer de mama é o tipo de câncer mais comum entre as mulheres no mundo e no Brasil (depois do de pele não melanoma), respondendo por cerca de 28% dos casos novos a cada ano. O câncer de mama também acomete homens, porém é raro, representando apenas 1% do total de casos da doença.
Relativamente raro antes dos 35 anos, acima desta idade sua incidência cresce progressivamente, especialmente após os 50 anos.
Fatores de risco
O câncer de mama – e o câncer de forma geral – não tem uma causa única. Seu desenvolvimento deve ser compreendido em função de uma série de fatores de risco. Dentre eles estão:
- Histórico familiar: mulheres com parentes de primeiro grau (mãe ou irmã) que tiveram a doença antes dos 50 anos podem ser mais vulneráveis.
- Envelhecimento: mulheres entre 40 e 69 anos são as principais vítimas.
- Menarca precoce: primeira menstruação antes dos 11 anos de idade.
- Menopausa tardia: última menstruação após os 55 anos.
- Nunca ter engravidado ou ter tido o primeiro filho depois dos 30 anos.
- Reposição hormonal: utilizada para diminuir os sintomas da menopausa.
- Colesterol alto.
- Lesões de risco na mama: como pequenos cistos ou calcificações encontradas anteriormente.
- Tumor de mama anterior.
- Excesso de peso.
- Ingestão regular (mesmo que moderada) de álcool.
Sintomas
- O mais comum é o aparecimento de um caroço. Nódulos indolores, duros e irregulares têm mais chances de ser malignos, mas há tumores que são macios e arredondados.
- Inchaço em parte do seio.
- Irritação da pele ou aparecimento de irregularidades que fazem a pele se assemelhar à casca de uma laranja.
- Dor no mamilo.
- Inversão do mamilo para dentro.
- Vermelhidão ou descamação do mamilo ou pele da mama.
- Saída de secreção (que não leite) pelo mamilo.
- Caroço nas axilas.
Prevenção
A prevenção do câncer de mama pode ser dividida em primária e secundária. A primeira envolve a adoção de hábitos saudáveis e a secundária diz respeito à realização de exames de rastreamento, a fim de fazer o diagnóstico precoce. As prevenções primárias são:
- Praticar atividades físicas.
- Amamentar os seus filhos por, pelo menos, seis meses.
- Manter uma dieta balanceada.
- Evitar ou combater o estresse.
- Evitar ingerir álcool. O consumo de apenas 14 gramas de álcool por dia pode aumentar as chances de câncer de mama em 30%.
- Combater o sobrepeso e a obesidade, principalmente ao atingir a menopausa, no caso das mulheres.
Detecção precoce
Quanto mais cedo o câncer de mama for detectado, mais fácil será curá-lo. Se no momento do diagnóstico o tumor tiver menos de um centímetro (estágio inicial), as chances de cura chegam a 95%. A detecção precoce é, portanto, uma estratégia fundamental na luta contra o câncer de mama. Os principais exames são:
Mamografia
- É um exame de raio-X, no qual a mama é comprimida entre duas placas de acrílico para melhor visualização.
- Pode detectar nódulos de mama em seu estágio inicial, quando não são percebidos na palpação do autoexame (feito pela mulher ou pelo profissional de saúde).
- Mulheres acima de 40 anos devem realizar a mamografia regularmente, uma vez por ano.
- Toda mulher brasileira tem direito a realizar sua mamografia anual pelo SUS a partir dos 40 anos.
- Como todo exame, a mamografia também é passível de erros, mas mínimos. Cerca de 10% dos casos comprovados de câncer de mama podem não ser detectados na mamografia, principalmente em mulheres jovens, que têm a mama densa. Nestes casos, a ultrassonografia pode ser muito útil para detectar lesões duvidosas.
Autoexame
- É um exame muito importante, mas de forma secundária. Ou seja, não substitui a mamografia.
- É feito visualmente e por meio da palpação. Deve ser realizado uma vez por mês, após o final da menstruação.
- Para as mulheres que não menstruam mais, o ideal é definir uma data e fazê-lo uma vez ao mês, sempre no mesmo dia.
Tratamento
Todo câncer deverá ser retirado por meio de uma cirurgia. Durante o procedimento, pode ser retirada parte da mama ou ela toda. Entretanto, em alguns casos, pode ser que a cirurgia seja combinada com outros tratamentos.
- Radioterapia: usa radiação ionizante no local do tumor.
- Quimioterapia: utiliza medicamentos orais ou intravenosos, com o objetivo de destruir, controlar ou inibir o crescimento das células doentes.
- Hormonioterapia: tem como objetivo impedir a ação dos hormônios que fazem as células cancerígenas crescerem.
- Imunoterapia: é constituída de drogas que bloqueiam alvos específicos de determinadas proteínas ou mecanismo de divisão celular presente apenas – ou preferencialmente – nas células tumorais.
Reconstrução mamária
A reconstrução mamária é parte do tratamento do câncer de mama e tem como objetivo ajudar a resgatar um pouco da autoestima das pacientes, além de oferecer possibilidades de que ela retome seu convívio social sem ter vergonha de usar uma determinada roupa.
Existem muitas técnicas que podem ser usadas, como: prótese de silicone, expansor (próteses que podem ser aumentadas com o passar do tempo, até chegar ao tamanho correto para a paciente), tecido da barriga, músculo das costas e preenchimento com gordura. A melhor técnica, seus efeitos colaterais e possíveis resultados devem ser discutidos e esclarecidos com o médico antes de cada cirurgia.
Deixe uma resposta
Comentarário(s)