Você sabia que o sarampo pode desencadear perda auditiva? A doença infecciosa, que estava controlada e considerada erradicada no Brasil até 2016 voltou a assustar. Apesar de haver vacina que imunize os pacientes, em 2017 o sarampo causou mais de 110 mil mortes no mundo. No Brasil, em 2019 mais de 13 mil casos foram confirmados. As fonoaudiólogas da Telex MG, Luiza Diamantino e Amanda Faria, falaram para a Rede América e para a Alvorada sobre o assunto. Confira!
PERGUNTA: pessoas com sarampo podem perder a capacidade de ouvir. Como isso acontece?
Luiza Diamantino: as infecções podem estar lesionando as células ciliadas da cóclea, responsáveis por reconhecer os sons. as otites, acontecendo várias vezes, lesam as células de maneira irreversível. O sarampo é uma doença viral grave, que pode causar perda auditiva severa, profunda e até hipoacusia (surdez total). Nesse estado, a perda é definitiva. Várias outras doenças virais interferem na audição, como a toxoplasmose, herpes, sífilis, rubéola, meningite. Percebeu sintomas, correu para o médico.
Amanda Faria: o sarampo é uma doença infecciosa, e essas doenças podem atuar na orelha média ou na orelha externa, causando perda auditiva condutiva de grau leve ou moderado. Os agentes infecciosos podem atingir a orelha interna também, onde ficam as células auditivas, causando perda auditiva de grau severo a profundo. Em uma perda condutiva é possível atuar de forma a minimizar os impactos, mas os impactos no nervo auditivo são permanentes.
PERGUNTA: a criança não percebe a perda auditiva como os adolescentes e adultos. Como os pais podem perceber problemas na audição da criança?
Luiza Diamantino: hoje existem exames que independem da resposta da criança, como a audiometria ou o teste da orelhinha, que é feito nos recém nascidos e diagnostica fatores de risco. Mas os sinais que os pais podem ficar atentos são televisão muito alta, pedir para repetir muitas vezes, você chamar e ela não reagir, não estar conseguindo acompanhar o desenvolvimento dos colegas na escola…Todos esses são sinais de alerta para procurar um otorrino ou fonoaudiólogo especialista em audição.
PERGUNTA: e em crianças recém nascidas?
Amanda Faria: hoje em dia toda criança ao nascimento é submetida ao teste da orelhinha, que é nosso primeiro marco para identificar se a criança têm uma audição normal ou se precisará de acompanhamento mais próximo. Os pais também tem que ficar atentos se a criança responde à voz da mãe ou à barulhos externos. Em crianças um pouco maiores, os pais podem observar se a criança é atraída à brinquedos musicais, televisão, celular – isso indica interesse em escutar mais de perto os sons provenientes desses objetos. Essas são formas de observar problemas na audição no dia a dia.
PERGUNTA: a vacina é realmente a melhor prevenção?
Luiza Diamantino: Algumas das doenças infecciosas que eu mencionei não tem sintomas visíveis na criança e por isso é ainda mais importante ficar atento. Nós não temos noção do quanto essas doenças são graves. A perda auditiva na criança vai comprometer todo o desenvolvimento da linguagem, causar atraso na escola, etc. A vacinação é a única forma que a gente tem de se prevenir dessas doenças.
Amanda Faria: exatamente. A cobertura vacinal tem diminuído e por isso tem se falado tanto da volta do sarampo.
A vacinação é a forma mais eficaz de se prevenir o sarampo e outras doenças infecciosas. Ela também, como foi explicado pelas profissionais da Telex, é uma maneira de garantir o bem estar e a saúde auditiva do paciente. Para continuar por dentro, siga o podcast da Telex!